quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Constato






Recorrendo a hipérbatos,
equaciono a trigonometria
das figuras inefáveis com
que me deparo, concluindo,
angustiantemente,
que de ter sucesso a
probabilidade é muito,
muitíssimo reduzida.






Encontro-me separada por
fendas sinápticas
dessas mesmas figuras
dúbias, e duplamente afastada
pelos décibeis surdamente
gritados por mim e de mim
(constato).







E de mim advém toda a
culpa elevada ao cubo,
à quarta, à quinta!
Entro em morte celular:
é tudo uma questão de
matemática
Ainda que o sentimento de culpa seja só um modo de encontrarmos um sentido ao que de sentido carece,
não posso deixar de me sentir culpada

Música -> The drugs don't work-The Verve