terça-feira, 30 de outubro de 2007

Sinestesias suicídas


Mergulho em sinestesias
suicídas, como quem
em recusa de metafísica
mergulha,
na busca súbtil de
um bem passado
nunca sido, nunca estado.
Que não sou eu
quem sou,
sou quem que sou
penso em ser, tal
como essa imperceptível catástrofe
que me afoga em
ardentes sinestesias
de um cepticismo intrínseco
que me consome.
Nostalgia?
A compelxa intelectualização
da simplicidade conjunta
deste sentir,
que sim reponde,
chorando em vão...
nostálgica...




FILIPA DE SOUSA


(noutro dia profundo de nostalgia)...




Ultimamente, tenho-me deparado com a realidade das pessoas fisicamente desabilitadas

(tema do proximo poste)



domingo, 28 de outubro de 2007

Apresentação (IN)FORMAL

Ontem não me apresentei,aliás, muito pelo contrário, comecei, por assim dizer: AO CONTRÁRIO! Mas apeteceu-me,de facto, tinha MESMO de publicar aquele poema (de poeta de meia leca que sou), por ter sido o primeiro, na minha jovem história neste planeta agreste, que escrevi e que foi elogiado pelos meus amigos (que sim,é verdade, tornam a coisa suspeita, visto dizerem "ai tao lindo", e se calhar, oportunamente pensarem "Que rabiscos são estes!" :-o )

Eu,quem sou eu?
"Não sei, e sei-o bem" (já dizia o meu caro Pessoa)...

...sou céptica em relação a mim mesma. Sou indecisa, sou um ser DEMASIADAMENTE pensante...sou mais uma que caminha pelos trilhos da zona centro (e das estradas esburacadas), que não aproveita o sabor do vento, comete sinestesias homicídas, e tem a mania que escreve JEITOSAMENTE...daí ter decidido fazer um blog (BLOG? Mas o que é isto?)...

...sou uma "average girl"(também tem a mania que sabe inglês a moça), ich sprache Deutsh (ou pensa que sim), quiçá uma futura FARMACÊUTICA, ou ENG BIOMÉDICA, ou BIÓLOGA...e porque não BIOQUÍMICA? Enfim..permanecendo neste país, com toda a certeza serei, e orgulhosamente, DESEMPREGADA e portuguesa...

...sou uma pessoa que prefere as ciências às letras (mas dá umas patacoadas nestas), que sonha alto e depressa cai na realidade, que sofre horrorres pela sua irredutível sensibilidade,e se perde no turbilhão dos seus pensamentos negativos (teremos alma de poeta?).

...sou uma pessoa, que numa noite normal na Figueira, com os seus amigos, em vez de falar de álcool ou sexo, opta por falar sobre o SOCIALISMO com a sua grande companheira de conversas Eunice...

...sou uma pessoa, que acorda a sua melhor amiga Diana, às 23h45 para a obrigar a ir ver o "FIEL JARDINEIRO" em vez de descansar, para poder comentar consigo a situaçao da Indústria farmacêutica, e acaba por adormecer (enquanto a amiga fica acordadíssima)..

...sou uma pessoa que fica em extensas, cómicas e badalhocas conversas até ás 6h25 da manhã com a sua amiga do coração Mónica, sem mais nem menos um minuto (porque já é tradição da casa,e, como tal, inquebrável), e que partilha o NIVEA nos balneários da piscina com esta mesma pessoa (e muitas vezes deixa lá o fato de banho)..

...sou uma pessoa casada com o Tiago , amante do João Pedro, que partilha um T2 com o Salvador (e o Valter de empregada domestica), e que, para o Ricardo (que é o pior), acabará desgraçadamente na valeta...

...sou uma pessoa que tem um "amigo" ali, outro acolá...na verdade, tenho mesmo muitos conhecidos, no verdadeiro significado da palavra...mas a vida é isso mesmo, uma "EFEMERIDADE VERSILIBRISTA DE COISA ALGUMA"...amigos vêm, amigos vão...pessoas que tão queridas nos são (ainda que o sentimento não seja totalmente reciproco) vão...e o que é q resta? Resta a saudade,a nostalgia...a mágoa,e tambem a dor...

Por fim,sou uma pessoa de gostos um tanto ecléticos, muito exóticos, que está a pensar seriamente fazer um GAP YEAR em Londres, num curso de culinária (MY MUM IS GONNA SHOOT ME),e que não descansa enquanto não puser um pezinho, delicado mas decisivo, em África, como turista e, mais tarde, como heroína...Utopia adolescente? Quiçá...


Música-> Heater-Samim

(eu disse gostos ecléticos,certo?)

sábado, 27 de outubro de 2007

N A D A




Demos as mãos,

e assim andámos durante

uma calorosa vida sedenta

de cumplicidade oculta

pelo bater de asas da borboleta,

que apesar de o caos ter causado,

por estranhamente voar por caminhos

envergonhados e sinuosos,

deixou em mim a marca do cantar

da alegre minha irmã um dia ceifeira.

Hoje?

Já não damos as mãos. Hoje

damos o não damos

do não dar em nada porque

a vida é isso mesmo: nada,

uma efemeridade versilibrista

de coisa alguma.





Filipa de Sousa


(num dia profundo de nostalgia,

dedicado a quem deveria saber,

mas não sabe por cobardia

suprema da detentora,ainda,

do poema...)


música --» Collide-Howie Day