Sou a Pedra que possui incapacidade extrema do tumulto que a desola expressar, de num segundo ínfimo explodir e libertar o cansaço entranhado nela, e por ela, estilhaçando, talvez, o teu tão seu coração, num puro acto de relaxante egoísmo.
*
Sou? Não mais sou, já não sou nem penso em ser.
*
Sou a Pedra que não sabe o que há-de dizer quando sente, já que não sente, e por sentir cala e quando fala mente. Mas não mente, parece que mente e soa artificial, devido a um mudo desabafo demasiado artilhado de palavras complicadas e incongruentes.
*
Sou? Não mais sou, já não sou nem penso em ser.
*
Sou a Pedra que perdeu os sonhos enquanto sonhava, que enfraqueceu durante o caminho, pontapeada por passos distraídos, a quem deste a mão (por quem deste o coração) e a quem incapaz foi de beijar ou a mão gélida pousar sobre os teus cabelos.
*
Sou? Não mais sou, já não sou nem penso em ser.
*
A Pedra não pede que condescendente sejas, muito menos um compreensivo belo ser, já basta a futilidade aparente das suas palavras, dos seus apelos, e a sua estranhamente perturbadora leviana atitude.
A Pedra pede desculpa por não conseguir libertar-se da sua sólida rigidez
A Pedra pede desculpa por não conseguir libertar-se da sua sólida rigidez
*
(nem todas as pedras deixam de ser uns verdadeiros calhaus)
Música:
30 Seconds to Mars-The Story-> http://www.fileden.com/files/2008/1/15/1700006/30%20Seconds%20to%20Mars%20-%20The%20Story%20%28Acoustic%20Live%29.mp3